IDENTIDADES (IN)ANIMADAS
Este trabalho explora a relação entre o permanente e o efémero, aquele sentimento de familiaridade que surge ao observar edifícios mais antigos que parecem contar histórias silenciosas, ainda que compreensíveis. Ao registar formas e texturas, percebo o quanto a efemeridade é universal – alguns “corpos” apenas resistem mais do que outros.
A cidade onde nasci, apesar de toda a sua beleza e dos títulos que lhe são atribuídos, guarda cantos cada vez mais tristes e degradados, esquecidos pela maioria. Esses espaços, outrora imponentes, agora têm uma identidade quase grotesca, marcada pelo abandono. Este trabalho não só capta essas formas negligenciadas, mas também tenta interpretar a essência desses “objetos” (in)animados, revelando a estética do abandono e os significados que o tempo e a sociedade lhes conferem.